Milhões de crianças são alvos de
constantes conflitos na sociedade. Muitas são vítimas do descaso social, são
excluídas e vivem sem proteção e amor. A História acumula avanços em favor da
criança, mas ainda nos dias atuais muitas dessas sofrem com os mais diferentes
tipos de violência, que aqui retrataremos apenas uma: o
abuso sexual.
No
dia 18 de maio de 1973, em Vitória,
ES, Aracelli Cabrera, na época com oito anos, foi
violentada e assassinada. Ficou seis dias desaparecida e foi encontrada
desfigurada, seus agressores até hoje não foram punidos. A criança só foi
sepultada três anos após o crime. Esse fato deu origem ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à exploração Sexual contra Criança e
Adolescente, através da Lei Federal 9.970/2000, que tem como objetivo maior
mobilizar a sociedade brasileira e levá-la à reflexão sobre os direitos das
crianças e adolescentes e a luta contra a violência sexual.
A
violência sexual é toda ação, através do uso do poder, em que a criança é
obrigada a ter relação sexual contra a sua vontade, através do uso da força
física, intimidação, armas ou drogas. O abuso também pode ocorrer através da
sedução, de brincadeiras, telefonemas, etc. De acordo com o Procurador da
República, Dr. Guilherme Schelb, cerca de 10% dos adultos foram vítimas de
algum tipo de abuso sexual na infância ou na adolescência. Estatisticamente as
mulheres abusadas quando crianças mostram um número maior do que de homens
abusados, mas o que acontece é que muitos ficam em silêncio e não revelam por
sentir que haja conotação homossexual. O segredo torna a situação mais dolorosa
ainda.
DENUNCIE!!!
Como
viram não apenas as meninas sofrem abuso sexual, os meninos também são vítimas
de adultos inescrupulosos. É preciso que
pais, responsáveis, professores e as instituições religiosas estejam atentos para situações em
que a criança ou adolescentes estejam sofrendo abuso sexual. O abusador
na sua maioria é pessoa próxima à família, tais como vizinhos, tios, primos,
padrastos, amigos da família, irmãos e até o próprio pai.
Na escola a criança e o adolescente abusados demonstram:
- Pontualidade exagerada, quando ainda frequenta a escola;
- Queda injustificada na
frequência escolar;
- Apresenta resistência em voltar
para casa após a aula;
- Dificuldade de concentração e baixo rendimento escolar;
- Pouca ou nenhuma participação
nas atividades escolares;
- Tendência ao isolamento social,
tem poucos colegas,
- Dificuldade de confiar nas
pessoas à sua volta.
Indicadores na
conduta dos pais ou responsáveis:
- As famílias incestuosas são
quietas. O pai tende a ser autoritário e a mãe submissa;
- Não acreditam no que a criança
ou o adolescente estão dizendo e oculta o abuso;
- O abusador acusa a criança de
promiscuidade e de ter atividade sexual fora de casa;
- O abusador tende a ser amoroso, sedutor e insinuante com crianças ou
adolescentes;
- É frequente o autor da agressão
ter sofrido esse tipo de abuso na infância,
- Algumas vítimas mentem que o
agressor é outro para proteger um membro da família; - Membros da família fazem uso de substâncias
como o álcool, outras drogas lícitas ou ilícitas.
Indicadores que revelam situação de risco para a criança,
tais como:
- Enfermidades
psicossomáticas tais como: dor de cabeça, dor de estômago, vômitos;
- Doenças sexualmente
transmissíveis, infecção urinaria, corrimento e cólicas intestinais;
- Dor, inchaço, lesão ou
sangramento nas áreas da vagina ou ânus a ponto de causar, inclusive,
dificuldade de caminhar ou sentar;
- Baixo controle dos esfíncteres,
constipação ou incontinência fecal;
- Roupas íntimas rasgadas ou
manchadas de sangue;
- Gravidez precoce ou aborto;
- Traumatismo físico ou lesões
corporais, por uso de violência física.
Como professores
e pais podem identificar o abuso, a vítima apresenta:
- Mudança de comportamento,
com oscilações de humor;
- Comportamento sexual
inadequado para a idade;
- Vergonha excessiva, inclusive
de mudar de roupa na frente de outras pessoas;
- Baixo nível de autoestima e
excessiva preocupação em agradar aos outros;
- Culpa e autoflagelação, isto é,
se torturam e ficam angustiados;
- Terror noturno, a criança
acorda com medo, chorando ou gritando;
- Regressão a comportamentos
infantis, como choro excessivo, enurese, chupar dedo;
- Tristeza, abatimento profundo
ou depressão crônica. Tem comportamento suicida;
- Comportamento agressivo,
principalmente dirigido contra irmãos e a mãe;
- Resistência em participar de
atividades físicas;
- Frequentes fugas de casa e prática
de delitos;
- Uso e abuso de substâncias como
álcool, drogas lícitas ou ilícitas, entre outros.
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É importante ressaltar que nem
todas as famílias com esse perfil cometem incesto. É preciso, portanto, tomar
cuidado para não tirar conclusões precipitadas, que possam estigmatizar ainda
mais esse tipo de família. Lembre-se de que pessoas que praticam violência
sexual contra crianças precisam ser responsabilizadas por seus atos, mas elas
também precisam de ajuda para não repeti-los e aprender a respeitar a criança a
criança e o adolescente
Onde denunciar? DISQUE 100
DIVULGAÇÃO DE MATÉRIAS FAZ COM
QUE O ABUSO SEXUAL DEIXE DE SER TABU E COM ISSO MUITAS VÍTIMAS PASSAM A TER
CORAGEM DE DENUNCIAR!
Leia mais:
Guia escolar: métodos para identificação de sinais de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes
http://www.itsbrasil.org.br
http://www.observatoriodainfancia.com.br/
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