Total de visualizações de página

quarta-feira, 9 de maio de 2012


JOÃO VI
A VIDA POR UM FIO

            Este relato nasceu da idéia de que a fé em Deus, a solidariedade, a união e profissionais da saúde comprometidos podem recuperar a saúde das pessoas. Este é um pequeno recorte de um momento trágico na saúde do meu neto João Victor, filho mais velho de Cid Junior (Jornal Opinião) e Sabrina de Castro (Ferragens Karika), garoto de onze anos sadio, cursando o 6º ano, apaixonado por futebol e um forte devorador de feijão com arroz, pizza e um bom churrasco.

Isadora ( irmã)



Cid Junior( pai) e Davi (irmão) 

Cid Junior e Davi



 Uma família abençoada que vivenciou um verdadeiro milagre da vida!

Cid Junior e Sabrina - pai e mãe do João
COMO OCORREU

Início de agosto, João Victor apresentou febre com dor de garganta e foi medicado. Passou uns dias com mal estar, falta de apetite e dor de cabeça. No domingo, dia 07 de agosto, a dor de cabeça aumentou, Junior o levou ao médico que prescreveu alguns remédios e retornaram para casa. À noite, Sabrina e a pequena Isadora foram à igreja, Cid Junior ficou em casa com João e o caçula Davi. Quando os três comiam algumas pipocas João iniciou uma série de convulsões. Aflito, Junior tentou desenrolar a língua de João, como este já estava ficando arroxeado, ligou para Sabrina e foi à rua solicitar ajuda. Um casal que estava num barzinho próximo prestou os primeiros socorros (obrigada!). Uma pessoa parou o carro para socorrer, porém uma viatura da Polícia ia passando e os levaram para o Hospital da Ocidental. Neste ínterim, Sabrina, seus pais Beto e Angélica (Ferragens Karika) e a tia Regina chegaram ao hospital para dar assistência ao pequeno. Cheguei a seguir.  João foi atendido e encaminhado ao HRSM – Hospital Regional de Santa Maria/DF, acompanhada por uma médica e pelo amigo Valmir, motorista da ambulância.  Minha filha Alyne Lima e eu fomos para Santa Maria. Era quase meia-noite.

PRIMEIROS MOMENTOS NO HOSPITAL REGIONAL DE SANTA MARIA

No HRSM foi logo atendido por uma médica. Na emergência, após uma convulsão o médico Dr. Rodrigo foi chamado e iniciou uma série de procedimentos para salvar a vida de João (abençoado doutor!!!).  Como seu estado de saúde agravara, os médicos e enfermeiros improvisaram uma UTI na emergência para atendê-lo melhor. Houve mais convulsões. Nós desesperados. Meus filhos Cid Junior e Alyne oravam. Os pastores Irley e Rocivam (IBM) e Pastor Renato (IBAI)  pelo telefone acalmavam Cid  Junior. Eu chorava e pedia a Deus força para aqueles profissionais salvarem meu neto. Uma enfermeira bombava o ar manualmente para mantê-lo respirando. Os pulmões não respondiam, os rins não estava funcionando adequadamente, o coração ficou sobrecarregado e  no seu cérebro havia pouca oxigenação. Uma convulsão, mais forte que as outras, fez Cid Junior passar mal. Nós três sofríamos. Passamos a noite ligando para os familiares. Sabrina (mãe) em casa cuidava dos outros dois filhos menores e só ela sabe a dor daquele momento. Na madrugada,  João foi encaminhado para o 1º andar para ficar mais próximo dos médicos da UTI, já que não tinha vaga para colocá-lo imediatamente, pois seu estado de saúde era muito grave. Minha filha Alyne cuidava de João ao lado dos médicos e enfermeiros. Junior e eu fomos para fora do Hospital. Eu observava Cid Junior ajoelhado na grama. De sua boca ecoavam orações e cantos  sofridos.  Seu clamor era tão forte e confiante que me deixava cada vez mais emocionada. Seis horas da manhã, Cid Lima (pai do Junior) e Gibran Lima (irmão) chegaram ao HRSM. Nós quatro, ficamos ali abraçados e senti a importância da união familiar nos momentos de angústia. Os amigos pelo telefone diziam palavras de fé e acalmavam nossos corações. A família de Sabrina distante dali orava. Alyne forte em sua fé não saia do lado do sobrinho.


A BUSCA PELA VAGA NA UTI

Era manhã de segunda. Os médicos e enfermeiros lutavam para encubar o João. Nossa família lutava por uma vaga na UTI. Cid buscava ajuda dos amigos, Alyne e Gibran tentavam um relatório médico sobre a situação do João para obter uma vaga numa UTI através do Ministério Público, fazendo valer o que está  escrito na Constituição, no artigo número 196: “ A saúde é direito de todos e dever do Estado , garantido mediante (...) acesso universal e igualitário às ações e serviços”. Se há emergência e não há vaga nos hospitais públicos o estado arca com as despesas do hospital particular para garantir a vida do indivíduo.  Com o relatório em mãos Cid recorreu ao MPDFT de Santa Maria e Gibran dirigiu-se ao MPDFT de Brasília. Com duas liminares em mãos ficamos aguardando vaga, o que não é fácil. Muitas pessoas chegam a óbito aguardando uma vaga, mesmo com uma liminar.  Como Deus é grande, naquele dia uma criança seria encaminhada a fazer uma cirurgia cardíaca noutro hospital e a tarde iria abrir uma vaga na UTI no HRSM. Dezoito horas após a entrada na emergência conseguimos a sonhada vaga. João ficou em coma induzido por  dias.  No sétimo dia de UTI, já bem melhor, foi transferido para a pediatria. Revezamos no acompanhamento dia e noite. Cid Junior, Sabrina, Alyne (tia), Beto e Angélica (avós), Kelly (irmã de Sabrina) e eu. Foram dias difíceis, porém vitoriosos. Graças a um grande milagre de Deus vindo através das muitas orações, meu neto João Victor Pereira Lima está salvo. Escrevo este, aqui no 1º andar do HRSM, apesar de minha pressão arterial estar neste momento “17 por 10”.  João e eu estamos planejando acordar bem cedinho, arrumar tudo, pois amanhã terça-feira (dia 23/08/2011) ele receberá alta. Aqui no primeiro andar meu menino ficou famoso e todos comentam: JOÂO RENASCEU!!! Concluo este, depois das duas famílias se juntarem na casa do casal Cid Junior e Sabrina para comemorar a vida do nosso JOÃO.