Quando em casa, os filhos não são bem tratados, ouvem palavrões, presenciam brigas, são chamados de “burros”, ou outro apelidos, são comparados com outras crianças ou jovem que são exitosos na escola, eles se sentem excluídos do mundo dos vencedores, tornam-se arredios, com dificuldade para aprender, desmotivados, passam a ser chamados de “indisciplinados”. Esses alunos são considerados os “ranços” da escola e elevam os índices da repetência e evasão escolar.
Mundo. O que é o mundo? Qual a distancia que separa as pessoas? É só eu clicar e estou diante de maravilhosas cabeças pensantes ou não tão pensantes, mas o que importa? O válido é conhecê-las e sentir a essência de cada uma delas. O click tecnológico aproxima as idéias.
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sábado, 2 de outubro de 2010
DIGA NÃO À REPETENCIA ESCOLAR!
Quando em casa, os filhos não são bem tratados, ouvem palavrões, presenciam brigas, são chamados de “burros”, ou outro apelidos, são comparados com outras crianças ou jovem que são exitosos na escola, eles se sentem excluídos do mundo dos vencedores, tornam-se arredios, com dificuldade para aprender, desmotivados, passam a ser chamados de “indisciplinados”. Esses alunos são considerados os “ranços” da escola e elevam os índices da repetência e evasão escolar.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Caso Bruno: falta de caráter ou de limite?
Por: Gina Lima
Orientadora Educacional CED 416
Professora CEF 316 de Santa Maria
Início de junho, 2010. Enquanto nós brasileiros enxugávamos as lágrimas pela derrota de nossa seleção, o Brasil inteiro torna-se voeyeur da vida do goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes de Souza, mineiro de Belo Horizonte, que dia 23 de dezembro deste completará 26 anos. O fato se deu devido o ídolo futebolístico estar sendo acusado de ser o mandante de um provável crime ocorrido no Rio de Janeiro, contra a paranaense Eliza Samudio, uma jovem modelo e atriz sensual de 24 anos. Até hoje (23/07) o corpo da jovem encontra-se desaparecido e muitas são as pessoas envolvidas no suposto homicídio. Esse crime levantou muitas questões, entre elas: a violência contra as mulheres, drogas, sexo e crueldade.
Não pretendemos discutir se o Bruno foi o mandante ou não do crime. Se a jovem Eliza e Bruno foram imprudentes por fazerem sexo grupal e sem camisinha ou se Eliza premeditou a gravidez para obter lucro financeiro. Se seus amigos mataram para proteger o goleiro ou se existe nessa história um amontoado de mentiras, desencontros, imposição policial, entre outros. Não apontamos culpados ou inocentes, mas sim pretendemos levar a reflexão sobre a importância da família na formação do caráter das pessoas. Com um olhar distante, mas observador, percebemos em Bruno, Eliza e seus amigos pessoas despreparadas para enfrentarem as situações adversas. Mais uma vez ficou confirmada na História que a desestrutura familiar pode levar crianças e jovens a serem adultos problemáticos. Infelizmente, faltou a esses jovens uma família para impor limites e para dar uma formação de caráter harmoniosa.
Mas afinal, o que é caráter?
Segundo o dicionário Aurélio, caráter pode ser definido como o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo, e que lhe determinam a conduta e a concepção moral. Segundo o Pastor Severino Ramos Silva da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Recife – PE, “caráter é a base de sustentação de uma pessoa”. O pastor ensina que o caráter se expressa na nossa forma de pensar e agir, o que fazemos revela quem somos, mostra nosso caráter. É expresso também através do nosso estilo de vida, o caráter define nossa conduta.
Somos aquilo que somos quando ninguém está observando. Neste ponto, o ídolo Bruno, apesar de não ser o mesmo menino pobre e tímido, permaneceu com a mesma conduta, o mesmo estilo de vida. O sucesso não o mudou, porém conforme mostra alguns noticiários, alguns poucos amigos influenciavam o seu comportamento.
O teórico comportamental Vygotsky disse que “todo Homem se constitui como ser humano pelas relações que estabelece com os outros”. Se a relação da criança e do jovem com os pais for agradável, se absorver carinho, amor e proteção, tende a ser amorosa e se distancia da agressividade, e do mundo das drogas. Agora, se as crianças e jovens são estimuladas através do contato com as drogas, presenciam ou sofrem abusos e violências física ou psicológica, são afetadas negativamente e tende a ser um adulto com conflitos pessoais. A infância e a adolescência são momentos em que os indivíduos estão extremamente abertos às influências. Assim, suas vivências, e em especial a relação com os outros, vão sendo fundamentais na construção de si mesmo, de seu próprio caráter.
Daí, pensamos no histórico de vida do ídolo Bruno e na trama em que está envolvido. Menino abandonado pela mãe, apesar do carinho da avó, vivia em terreno fértil para a marginalidade. Optou pela carreira, pelo sucesso. Aproveitou seu dom, perseverou em busca de seu sonho: ser um grande goleiro e conseguiu. Foi vítima de um sistema louco, onde se ganha muito dinheiro e tem-se muita fama e contatos inúmeros.
Como somos aquilo que queremos ser, o Bruno destacou-se nacionalmente, foi amado e ainda ou é, por milhares de pessoas. Mudou sua vida, cresceu, foi intenso. Constituiu família e amantes. Os amigos passaram a viver à sua sombra. Surgiram ciúmes, posse, influência, percebida na relação com o amigo de codinome Macarrão. Um menino pobre que passou a ganhar em torno de R$ 200 mil mensais e não soube conduzir sua vida. Teve uma relação sem afinidade. Surgiu uma gravidez não planejada. Nasce uma criança sem referências familiares. Há um crime. Uma inconformação. Fim de um sonho. Perdeu o Brasil. Perdemos nós flamenguistas, que tantas alegrias vivenciamos com o nosso BRUNÃO no gol. A esperança de uma notícia no mínimo satisfatória: BRUNO É INOCENTE! Agora, já está feito.
Ficaram algumas lições para nossos jovens e para os pais. Aos jovens pretende-se que sejam mais criteriosos ao escolher as amizades. Precisam acreditar num futuro melhor, numa vida sadia. As jovens precisam descobrir que a forma de vida da Eliza Samudio é abominável e inconsequente. A busca de fama, dinheiro, através do corpo pode acabar mal. A fama e o dinheiro são bem vindos, porém adquiridos através do esforço, do trabalho, do estudo, do esporte, da arte e se tiver muita sorte pela loteria, qualquer outra forma fica invalidada pelo bom caráter e pelos limites morais.
Aos pais fica o recado: A criança e o jovem têm na família a primeira fonte de educação, e aprende com ela através de imitações, conforme expõe Gasparin (2002, p. 88). O que leva a crer que se tiver bons exemplos (relacionados a moral e ética), assim deve aprender. Já se tiverem exemplos de uma família desestruturada, prejuízos morais e comportamentais devem acontecer. Os pais andam sobrecarregados, muitos compromissos a cumprir, porém é dever da família proteger, orientar e dar limites a seus filhos. Por mais duro que possa parecer é preciso que sejam determinadas algumas regras de convivência. A Revista Veja através da jornalista Rubiana Peixoto, elaborou um artigo: Limites. Ainda dá tempo? E deixou um alerta aos pais: “Os erros de educação cometidos na infância produzem efeitos danosos na adolescência” É preciso colocar os limites e as fronteiras em seus devidos lugares, para que delas possam advir futuros adultos criativos e felizes. Será que ao jovem Bruno, a Eliza e aos seus amigos houve fragilidade de caráter ou faltou limites?
“Só sabemos fazer o que foi feito conosco.
Só conseguimos tratar bem os demais se fomos bem tratados.
Só se fomos ignorados, só sabemos ignorar.
Ou o mundo melhora para todos ou ele acaba...”
Roberto Shinyashiki, em A Carícia Essencial.
Leiam os livros:
Disciplina – O Limite na Medida Certa, de Içami Tiba,
Limites sem Trauma, da educadora Tania Zagury,
MAKTUB!
terça-feira, 1 de junho de 2010
Bullying na escola inclusiva: Brincadeira ou Maldade?
UAB/UNB
Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar
Pólo de Santa Maria- Turma B
Texto: Ergina da Silva Lima (Gina Lima)
Orientadora Educacional do CED 416 de S.Maria
Professora da EJA do CEF 316 de Santa Maria
Içami Tiba
A sociedade atual vivencia e suplica pela consolidação de uma cultura de paz, em especial no espaço escolar, onde a violência tem deixado sua marca nos altos índices de reprovação, na evasão escolar, na qualidade das aulas e em consequência, no baixo rendimento durante o ano letivo.
A reclamação é generalizada, os pais dizem não saber que atitude tomar com seus filhos, os professores estão angustiados e sentem-se desamparados, a direção das escolas e os orientadores educacionais estão buscando saídas para sanar com essas mazelas que tem agindo as crianças, os jovens e os adultos estudantes.
Portanto, é um desafio para este século XXI, compreender, intervir, mobilizar, conscientizar e combater as inúmeras causas que está levando nossos jovens e prematuramente nossas crianças a cometerem atos de violências no interior e fora das nossas escolas.
A violência escolar, conhecida como Fenômeno Bullying, é uma questão que tem ocupado lugar de destaque nas páginas jornalísticas, é tema discutido em novelas e vem se alastrando nos espaços escolares envolvendo alunos de diferentes níveis e modalidades da educação.
Atos violentos sempre ocorreram nas escolas, porém somente no início dos anos 70, a Noruega, considerada um país de baixa violência, iniciou a investigação desse fenômeno, mas não recebeu a necessária atenção das instituições e autoridades. O suicídio de três jovens, na década de 80, desencadeou atitudes que culminaram na Campanha Nacional Anti-Bullying, em 1993.
No Brasil muitos estudos estão sendo realizados, entre eles as pesquisas de Cléo Fante (2003, p.61) baseada em dados internacionais, onde detectou que de 7 a 24 % das crianças em idade escolar no globo terrestre, estão envolvidas com alguma forma de condutas. Cabe aqui destacar a ação do Projeto Educar para a Paz, que estimula os alunos a escreverem redações sobre suas vidas na escola e em casa, como forma de desabafo das vítimas.
que sofrem nas mãos
de seus próprios colega"
O que é BULLYING?
O Bullying se apresenta das mais diversas formas de agressão:
Exclusão social: ignorar, isolar, excluir.
Cyberbullying
Segundo Cléo Fante a internet, que pode ser um instrumento de auxílio às vítimas é também é usada por agressores em uma forma ainda mais prejudicial de bullying, o ciberbullying, que transfere para a internet as agressões que acontecem na sala de aula, no pátio e nos arredores do colégio, transcendendo os limites da instituição de ensino.
Para humilhar colegas de escola, os meios utilizados vão desde e-mails e mensagens de celular, passando por fotografias digitais e montagens degradantes, a blogs com mensagens ofensivas. Os ataques também tomam forma em vídeos humilhantes e ofensas em salas de bate-papo, alerta Fante.
As causas do bullying
O fenômeno bullying desencadeia uma série de consequência aos sujeitos escolares e principalmente aos professores tais como: a perturbação das aulas; o absentismo, que é a falta de assistência às aulas, os problemas somáticos e psicológicos, como a ansiedade, tédio, depressão; a falta de interesse e desencanto pela escola, queda do rendimento escolar; a falta de perspectiva de futuro melhor, via educação, diminuição na autoestima; evasão escolar; retenção escolar; descrença no poder público.
Como identificar agressores e agredidos
no ambiente escolar
Os agressores:
- Volta da escola com ar de superioridade;
- Tenta impor suas vontades aos demais;
- Apresenta aspecto e/ou atitudes irritadiças, mostrando-se intolerante frente às diferenças;
- Costuma resolver seus problemas valendo-se da sua força física e/ou psicológica.
- Apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva também com adultos;
- Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem;
- Exerce uma liderança negativa.
As vítimas apresentam:
- Não querer ir a aula simulando doenças como dor de cabeça, náuseas, vômitos, diarréia...
- Pede para mudar de sala ou trocar de escola, sem apresentar motivos convincentes, sente medo;
- Volta para casa irritado, machucado ou com pertences rasgados;
- Apresenta aspecto contrariado, deprimido, aflito e não gosta de falar sobre sua rotina escolar;
- “Perde” dinheiro e evita falar sobre o assunto.
- Tem pesadelos, sono conturbado, às vezes acorda pedindo socorro.
- Acaba por isolar-se em seu mundo, possuindo pouco ou nenhum amigo.
Pai/Mãe:
Violência gera violência!
Recado à família:
- Não intimide seu filho ou o trate como um “problema”, nem o humilhe;
- Não o pressione para o sucesso, apenas o incentive a estudar;
- Converse com seu filho, mostre que não aprova o comportamento, mas não deixa de amá-lo.
- Crianças e adolescentes merecem respeito. Valorize suas opiniões. Trate-os de maneira firme, com afeto. Olhe seus filhos sempre nos olhos.
- Se seu filho for alvo de agressões não o culpe, nem exija que ele se imponha perante os colegas. Não exponha seu filho perante a turma. Procure ajuda da escola, converse com o
Orientador Educacional.
- Se seu filho for autor de agressões mantenha a calma e procure compreender o que o leva a esse comportamento, mostrando que ele está errado. Incentive a mudança de atitudes.
- Auxilie e participe das ações da escola e, acima de tudo, seja um exemplo positivo para seus filhos. Vínculos afetivos e bom exemplo dos pais ou responsáveis são a chave para o sucesso na educação dos filhos.
Alerta às escolas
O bullying é praticado em 100% das escolas de todo o mundo. Na maioria das vezes, ele é visto como brincadeira própria do amadurecimento da criança. Mas é devido a essa interpretação equivocada que a prática vem se alastrando cada vez mais. Por outro lado, não devemos generalizar e creditar ao bullying todas as situações que ocorrem dentro e fora da escola, ou de forma virtual. Primeiramente, temos que conhecer o fenômeno e saber diferenciá-lo das brincadeiras próprias da idade", explica a professora Cleo Fante, autora dos livros "Bullying Escolar" e "Bullying e Desrespeito: Como Acabar com Essa Cultura na Escola".
Orientadores Educacionais
É possível reduzir o Bullying
dentro das escolas, vejam como:
- Promovam debates sobre Bullying nas classes, fazendo com que o assunto seja bastante divulgado e assimilado pelos alunos.
- Estimulem os estudantes a fazerem pesquisas sobre o tema na escola, para saber o que alunos, professores e funcionários pensam sobre o Bullying e como acham que se deve lidar com esse assunto.
- Convoquem assembleias, promovam reuniões ou fixem cartazes, para que os resultados da pesquisa possam ser apresentados a todos os alunos.
- Facultem a oportunidade de que os próprios alunos criem regras de disciplina para suas próprias classes. Essas regras, depois, devem ser comparadas com as regras gerais da escola, para que não haja incoerências.
- Da mesma maneira, permitam que os alunos busquem soluções capazes de modificar o comportamento e o ambiente.
- Sempre que ocorrer alguma situação de Bullying, procurem lidar com ela diretamente, investigando os fatos, conversando com autores e alvos. Quando ocorrerem situações relacionadas a uma causa específica, tentem trabalhar objetivamente essa questão, talvez por meio de algum projeto que aborde o tema. Evitem, no entanto, focalizar alguma criança em particular.
- Nos casos de ocorrência de Bullying, conversem com os alunos envolvidos e digam-lhes que seus pais serão chamados para que tomem ciência do ocorrido e participem junto com a escola da busca de soluções.
- Interfiram diretamente nos grupos, sempre que isso for necessário para quebrar a dinâmica de Bullying. Façam os alunos se sentarem em lugares previamente indicados, mantendo afastados possíveis autores de Bullying, de seus alvos.
- Conversem com a turma sobre o assunto, discutindo sobre a necessidade de se respeitarem as diferenças de cada um. Reflita com eles sobre como deveria ser uma escola onde todos se sentissem felizes, seguros e respeitados.
Além disso, já existe um projeto de lei, de 2007, que autoriza o Poder Executivo a instituir o Programa de Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária, nas escolas públicas e privadas do Estado de São Paulo.
Soluções...
Fazer cursos fora do colégio, atividades com outras pessoas, até cuidar de um bichinho, são coisas simples que ajudam a recuperar a auto-estima. Quanto mais ler sobre o assunto, melhor. O aluno, aos poucos vê que não tem culpa do que acontece, e que quem o agride também precisa de ajuda, afinal, agredir outro para se sentir melhor não é algo saudável.
A discussão também é vista por Cleo Fante como parte da solução do problema. Segundo ela, mesmo a escola não sendo muitas vezes o palco direto dessa forma de ataque, é um espaço que favorece a continuidade dos maus-tratos. Nesse sentido, ela recomenda que especialistas no assunto discutam com os profissionais da escola e com os alunos, encontrando maneiras de prevenir o bullying em suas diversas formas, com o objetivo de melhorar a qualidade das relações pessoais e de ensino.
Experiência exitosa:
Nosso Recado:
O Bullying está diretamente relacionado com futuro profissional, com uso de drogas, com a violência sexual e doméstica, com os crimes contra o patrimônio, e, conseqüentemente, com os altos gastos do governo para atender a demanda da justiça, dos presídios, dos programas sociais e da saúde. Esses investimentos que são pagos com o suor de cada trabalhador e trabalhadora, poderiam ser direcionados para a melhoria das escolas, para materiais didáticos de qualidade e para o salário de cada cidadão e cidadã brasileira.
É preciso criar uma escola solidária, bem humorada, onde seus atores sintam-se felizes e capazes de quebrar esse ciclo de violência. Como bem disse o psicólogo José Wanderlei, num encontro em Santa Maria: É preciso de cada um faça sua parte e contribua com simplicidade, amor à causa e brilho nos olhos. Essa é a nossa maneira educativa de ser.
Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a Infância e a Adolescência (ABRAPIA).
http://www.observatoriodainfancia.com.br/Fenômeno Bullying , Cleo Fante - Editora Verus 2005
• http://www.bullying.com.br/
• http://www.denunciar.org.br/
• http://www.diganaoaobullying.com.br/
• http://www.bullying.pro.br/